Sexta-feira da Paixão, para ficar mais em silêncio, parar, meditar, ouvir mais o coração. Enquanto tomava o chá, lembrei-me das Alminhas da minha freguesia. A última vez que lá estive, observei que a imagem de Jesus Cristo estava muito danificada. Lembrei-me também do meu pai, que há mais de 40 anos trouxe o disco de vinil com a banda sonora do filme “era uma vez no oeste “ para se ouvir no pequeno gira-discos lá de casa. Agora acho a música linda, mas lembro-me de na altura ter pensado “ esta música só se for pra ouvir na Sexta-feira da Paixão”. O meu pai que era católico fervoroso, nos tempos em que foi emigrante, ao domingo participava em mais que uma celebração eucarística, porque cantava muito bem e gostava de participar. A par desse gosto pessoal, gostava também de cinema, em especial dos filmes de Sérgio Leone. Lembrei-me também que no filme “foi uma vez no oeste” a determinada altura, no decorrer de uma cena, durante um diálogo se faz uma pequena referencia à traição que Judas fez a Jesus Cristo. Um dos personagens diz: “filhos da mãe sempre os ouve” .
As contas que todos os meses temos para pagar, das energias que temos ao nosso dispor e não podemos dispensar, não param de aumentar. Vai daí, que reparei no pequeno fogão que tenho na cozinha e do qual não tenho tirado o melhor proveito. Além do aquecimento, na pequena estufa que se situa na parte superior do fogão, descobri que posso cozinhar diversos alimentos. Cozidos, assados ou grelhados. A semana passada dediquei-me a pesquisar os pratos que lá posso confeccionar. As quiches que são de ir ao forno, e feitas à base de legumes, bolos, maças assadas, etc. No sábado fiz um bolo de laranja, raspei a casca e depois comi o resto da laranja. Sei que não posso comer laranjas, mas não resisti. Fiquei doente toda semana. Que Deus me perdoe a fraqueza, mas tenho pouca paciência para suportar a dor, reconheço que sou de facto gemelhicas. Quando fico doente e tenho dores fortes, dentro dos muros da minha casa, que é onde realmente me sinto e estou à vontade dou largas ao meu sofrimento, caindo por vezes no exagero. As enxaquecas provocadas por intoxicações alimentares são de facto dolorosas.
Jesus disse: «O que fizerdes ao mais pequeno dos vossos irmãos, é a Mim queo fazeis. (Mc 9,37; Mt 10,42).
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