quinta-feira, 29 de março de 2012


Rezamos a oração do Anjo ao toque das Ave-Marias
E agradecemos a Deus o alimento antes de a refeição ser servida.

Ao terminar todos com ar muito solene a nossa estrelinha a mais cintilante daquele pequeno firmamento olhou p`ra mim e disse:

Somos do Minho
Somos daquele cantinho
Onde a pomba bate a asa
Onde a rola faz o ninho

E ainda mais:

Somos de Fafe
Somos daquele cantinho
Quem se meter com os de Fafe
Leva logo um beijinho

Eh eh eh ki ki ki-Risos e mais risos

São estas pequenas coisas que vale a pena lembrar ao fim do dia e que dão um pouco de alegria e cor à nossa vida.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Misericordia de Fafe

A Misericórdia de Fafe nasceu  graças à generosidade e espírito patriótico de homens e mulheres de Fafe, comerciantes abastados a residirem no Rio de Janeiro que, sensibilizados com a falta de estruturas ao nivel de saúde na sua terra de origem, resolveram contribuir para a construção de um hospital.
Fundada em 23 de Março de 1862, tendo os respectivos Estatutos sido aprovados por carta Régia de D. Luís I, a Misericórdia continua a ser uma associação de fiéis, com o objectivo de satisfazer carências sociais com espírito animado pelos princípios da doutrina e moral cristã e tendo como padroeira Nossa Senhora da Misericórdia. Com as valências da saúde (Hospital) e de protecção à invalidez (Asilo) manteve-se a Misericórdia desde a sua fundação até 1976, altura em que o hospital foi nacionalizado. Embora a Misericórdia tenha sido fundada em 1862, em finais de 1983 começou um novo ciclo na instituição com abertura do Lar Cónego Leite de Araújo, a sua actual sede. Com a construção do novo Lar a Misericórdia acompanha a evolução dos tempos e, nestes últimos trinta anos, foram muitos os serviços criados a pensar na infancia e na terceira idade como forma de dar apoio ao novo modelo familiar que foi criado com a emancipação da mulher e a sua entrada no mundo do trabalho.
Tendo como base dos seus Estatutos as catorze obras de Misericórdia e cujo lema é o Bem Servir, a Santa Casa da Misericórdia de Fafe completou no dia 23 de Março de 2012 150 anos de vida.
Para assinalar a data, Dr. António Marques Mendes, presidente da assembleia da mesa administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Fafe, teve a honra de abrir a sessão solene no dia 23 de Março que deu início às comemorações dos 150 anos da Irmandade da Misericórdia de Fafe. As comemorações irão decorrer até 25 de Maio. O presidente do município de Fafe, Dr. José Ribeiro, enalteceu o papel solidário que a Misericórdia desempenhou ao longo destes 150 anos junto dos habitantes de todo o concelho. De referir que o investigador Daniel Bastos fez uma retrospectiva histórica dos 150 anos da Misericórdia de Fafe. No final, todos os presentes assistiram ao descerramento do Brasão na fachada principal do lar Cónego Leite de Araújo.
Filomena Magalhães















Em 23 de Março de 1862 era fundada a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Fafe tendo os respectivos Estatutos sido aprovados por carta Régia de D. Luís I do mesmo ano.

terça-feira, 20 de março de 2012

Primavera

Acabou mais um Inverno
Foi triste por não chover
Para termos santa água
Mandai vir chuva Senhor

E chegou a Primavera
Consigo traz muitos risos
Muitos cheiros, muitos sons
Para alegrar os sentidos

Borboletas linda espécie
Eu vos vejo da janela
Leves soltas muito brancas
Efémeras mas sempre belas

As flores que abrem a festa
São da árvore japonesa
Ficam bem em qualquer lado
Mesmo no centro da mesa

Passarinhos bons cantores
Sempre a compor sinfonias
Ai de nós sem ter vocês
Para alegrar nossos dias

Margaridas e papoilas
Vermelhas rosas e brancas
Mostrais bem vossa beleza
Junto das outras plantas

Os grilos com os seus guizos
Também não tardam a vir
Pra tanto cantar à noite
De dia tem de dormir

Giestas lindas giestas
De amarelo e branco
Vós chegais na Primavera
Nos montes sois um encanto

Formiguinha vai ligeira
Com o saquinho na asa
Gosto de vos ver na horta
Não vos quero ver em casa

Avergotas rosmaninho
Na Páscoa sois um amor
Enfeitais muitos caminhos
Dais alegria ao Senhor

Filomena Magalhães

quinta-feira, 15 de março de 2012

Misericordia de Fafe-150 Anos a Bem Servir

Havia um certo rapaz
Pela rua  vagueava
Com toda gente se ria
Com toda gente ralhava

Andava abandonado
Sem ter amiga ou tia
A sua querida mãe
Tanta falta lhe fazia

Sua vontade era tanta
De nova mãe arranjar
Uma boa Franciscana
O resolveu adoptar

Depois de mãe arranjar
Lá anda o bom rapaz
Bem fácil de acomodar
Só deseja fatos novos
Relógios para olhar

Vem fumar um cigarrito
Para vir espairecer
Junto à porta da entrada
Logo ao amanhecer

 A Santa Casa o livrou
Da exclusão e do medo
Que o diga o nosso amigo
E quem teve a sorte dele

Filomena Magalhães

Dia do consumidor
Dia de questionar
De tudo que se consome
Não convém exagerar

Consumimos muitos trapos
Alguns de estimação
Sempre nos fazem lembrar
O que vai no coração

Lenços pulseiras e brincos
Acessórios sempre finos
Que seriamos sem eles
No toque do feminino

Sapatos bolsas  e cintos
São a nossa perdição
Se não for de qualidade
É grande desilusão

Mulher é muita artista
Na arte de consumir
Com veliques e berloques
Ai como é bom existir

Os apelos são constantes
A comprar, comprar, comprar
P`ra consumir tudo isso
Muito temos que poupar

Filomena Magalhães







quarta-feira, 14 de março de 2012


 Palavras que não gostei
Enterrei no meu quintal
Cresceram silvas tamanhas
Invadiram meu caminho
Arrabunhei-me passei mal

Para quê tanto atropelo
Para quê tanta vaidade
Triste, ofendes a mulher
Mãe de toda a humanidade

Tira o cisco do teu olho
Deixa em paz não causes dano
Quando assim todos fizerem
Não haverá tanto engano

Sede cordiais com todos
P`ra quê tanta distinção
Vê teu rosto no espelho
És da mesma condição

Que bem que falam os livros
P´ra nossa consolação
Pena não tirar proveito
Muito fica no ambão

Filomena Magalhães

As Jornadas Literárias
Trouxeram animação
Levar a cultura ao povo
É uma grande missão

No pavilhão multiusos
Crianças deram as mãos
Celebraram a memória
Da nossa navegação

Na nossa biblioteca
Um homem fez confidências
Alegrias e tristezas
E algumas reticencias

No dia 15 de Março
Na Igreja de São José
Mais um homem de palavras
A cultura, é muito nobre
Digam lá. É ou não é?

A vinda do nosso Rei
Nós vamos representar
Das terras de Montelongo
Todos o virão saudar

Depois do Rei se deitar
Todos irão festejar
Pelas ruas, pelas praças
Bailar até se cansar

Filomena Magalhães





terça-feira, 13 de março de 2012



Como é bom viver em Fafe
Terra alegre e soalheira
P`ra lá dos campos de milho
Fica a serra da Lameira

No verde Minho plantado
Junto da vegetação
Muita água e arvoredo
Para gozar o verão

A nossa vitela assada
Não há no mundo outra igual
O prato mais saboroso
Do norte de Portugal

O vinho verde espumoso
Bom vinho fresco de mesa
Pode-se beber com regra
Nunca faz mal à cabeça

Jardim do Calvário amigo
Suspenso da Babilónia
Os ramos das tuas árvores
Cheiram a água-de-colónia

Os brasileiros de Fafe
Construíram palacetes
Junto da restante urbe
Verdadeiros ramalhetes

Misericórdia de Fafe
Tu tens tanta utilidade
Amparaste muitos pobres
Através da Irmandade

Teatro Cine de Fafe
Do trovador e cantor
Alegras quem te visita
Atenuas sua dor

Igreja de São José
Torreão a bater horas
Não nos deixas esquecer
Senhor, é aí que moras

Filomena Magalhães


domingo, 11 de março de 2012

DESCOBRIMENTOS

À volta das Caravelas
Um Império se formou
A todos os continentes
Luso forte lá chegou

Jesus Cristo Redentor
Tinham como baluarte
À frente junto ao leme  
Seguia no estandarte

Bem fundo no oceano 
 Baleias se ouviu chorar
Turbilhões e tempestades  
Tiveram que suportar 

Escoltados por golfinhos
Peixe amigo e querido
Marinheiros e piratas
Todos lhe deram sorrisos

Equador revoltoso
Tiveram que atravessar
Para os livrar do medo
Ninfas das águas sereias
P`ra eles vinham cantar. 

Filomena Magalhães

quarta-feira, 7 de março de 2012

Eva
Assim nasceu a mulher
Rainha da Criação
Tirada de bom lugar
Bem perto do coração

A sombra do arvoredo
Alegria sem igual
Formaram uma só carne
No abraço genital

Injustamente culpada
Só por querer partilhar
Depois da maçã ferrada
Já não houve volta a dar

Tudo que era normal
Foi forçado a regredir
Por desobedecerem
Tiveram que se vestir

Tiveram que trabalhar
Para os filhos sustentar
Com suor triste no rosto
Fartaram-se de chorar

A serpente toda arteira
Lá foi a esfregar as mãos
Pregar partidas a outras
Não faltou ocasião

Por todos os continentes
Foi-se multiplicando
Gorda magra pobre ou rica
Tem anjos no céu esperando

Filomena Magalhães

segunda-feira, 5 de março de 2012

 A Antime que conheço ainda que vagamente e faz parte das minhas memorias remonta ao tempo do proletariado ao período antes e pós Abril. Ao tempo em que se acreditava que o voto era a arma do povo e os catolíticos progressistas afirmavam que Jesus Cristo nunca poderia ser contra o povo e gostavam de o imaginar de cravo vermelho na mão.

A freguesia de Antime é conhecida como um dos principais centros Marianos do concelho de Fafe, e de alguma forma em qualquer altura da sua vida todos os fafenses participam nessa grande manifestação de amor e devoção à Virgem Maria que se realiza no mês de Julho a partir de Antime e onde milhares de pessoas de Fafe e outras paragens participam.
Se sábado não tivesse lá estado nunca teria conhecido a Antime progressista que não parou no tempo. Muito além do esperado e repleto de emoções o espectáculo inserido no programa das III Jornadas Literárias teve como tema principal a vida e obra do Major Miguel Ferreira, poeta e personalidade marcante na vida da freguesia.
Os ingredientes da noite festiva foram o que de melhor fomos adquirindo como povo ao longo da nossa existência como nação. Mais uma vez tomamos consciência que a nossa cultura é única e a devemos preservar e deixar como legado às gerações futuras. Penso que foi esse o espírito que esteve na raiz do pensamento dos criadores das III Jornadas Literárias de Fafe que se realizam de 9-24 de Março e têm como lema AS PALAVRAS E O TEMPO.
 Existe o que não se vê apenas se sente. Toda a união empenho e organização à volta do evento, me fez lembrar mais uma vez do sonho que foi para todos nós Abril.
 As operárias (os) de Antime estão de parabéns.
As Palavras e o Tempo

sábado, 3 de março de 2012

  Morava algures num pequeno condado um rapaz que tinha acabado de sair da idade dos porquês e insistia em querer aprender a arte dos sons. Perante tamanha insistência, sua mãe teve que alargar o pensamento. Eis que de súbito, reparou na povoação que ficava do outro lado e que avistava sempre que partia ou chegava. O nome da terra, é que é estranho! pensou.  E os habitantes, como serão? Haverá algum capaz de ensinar a arte? Meteu-se ao caminho, e lá foi saber. Teve que atravessar o rio e em cima da ponte, parou a olhar. Por alguns instantes lembrou-se do medo que sentia em criança, quando pisava as pedras e sentia a água veloz a passar por baixo dos pés. Encosta acima, logo esqueceu do rio e de todas as suas lembranças. Subiu, subiu, depressa chegou à Igreja. As belezas que dali se avistavam, eram magnificas e os habitantes muito hospitaleiros. Os ciprestes que costumava ver ao longe, com uma revogada de vento  inclinaram-se a dar-lhe as boas vindas. Mais à frente, o adro espaçoso e arejado chamou-lhe atenção. Reparou que ainda não tinha sido invadido por agiotas que tudo transformam em betão. Abriu a porta para visitar o Senhor, olhou e susteve a respiração. Que Igreja linda! Já no exterior, aproximou-se de dois anciãos que cavaqueavam sentados num banco do jardim com toda a animação. Perguntou-lhes se por aquelas bandas haveria alguém que ensinasse a arte dos sons. Disseram que sim, e  entusiasmados indicaram-lhe a pessoa capaz de transmitir todo esse saber ao pequeno rapaz. De seguida, falaram de muitas coisas:  sobre o outono, sobre o verão, os que ficam e os que vão. Teceram os maiores elogios à sua aldeia como sendo uma terra de cultura, desde que dois irmãos padres tinham formado à já muitas dezenas de anos uma banda filarmónica.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Árvores de muitos frutos
frutos de muitos sabores
refrescam a boca ao velhinho
cansado de tanta dor.

Lá no alto da figueira
fruto doce sem igual
comia quantos queria
nunca nenhum me fez mal

Macieiras e pereiras
a todas vós eu trepei
deitada em vossos ramos
anjos do céu avistei

Cerejeira cerejinha
à entrada do quintal
dás brincos às raparigas
matas a fome ao pardal

Cresceste com muitos braços
para amigos acolher
formigas e passarinhos
dás abrigo ao seu viver

Tu  és toda a  minha vida
árvore do bem e do mal
protege-me com teus ramos
não me deixes passar mal

F.M.
 Água e  Árvore
No mês de Março assinalam-se datas muito importantes. Comemoramos o Dia Mundial da Árvore, da Água e da Poesia. Com o objectivo de sensibilizar as populações para a importância da floresta na manutenção da vida na Terra, em 1971 foi estabelecida a Festa da Árvore que rapidamente se expandiu a quase todos os países do mundo e, em Portugal, comemorou-se pala primeira vez em 9 de Março de 1913. É importante saber cuidar do ambiente e aproveitar tudo o que de bom nos dá, para uma melhor qualidade de vida. A água é um bem precioso e essencial a todas as formas de vida. Raras vezes nos apercebemos do quanto somos felizes por ter esse recurso natural tão importante ao nosso dispor e que afecta a nossa vida de forma tão positiva. É dever de todos nós ter pela água e pelas árvores grande respeito. Que seria de todos nós sem os rios e as árvores? Sem qualidade ambiental não existe qualidade de vida. Em Fornelos, em tempos de outrora, existiam mais áreas arborizadas. Para quando vamos ter Rielho requalificada? Resta-nos aquele espaço verde, mal aproveitado, e pouco mais.