sábado, 30 de março de 2013

Feliz Páscoa

 
 No coração da cidade
Ou no campo em seu esplendor
A vida venceu a morte
Em Jesus Cristo Senhor
Aleluia!

Feliz Páscoa
Fotos: Filomena Magalhães

sexta-feira, 29 de março de 2013

Sexta-feira da Paixão do Senhor


Sexta-feira da Paixão, para ficar mais em silêncio, parar, meditar, ouvir mais o coração. Enquanto tomava o chá, lembrei-me das Alminhas da minha freguesia. A última vez que lá estive, observei que a imagem de Jesus Cristo estava muito danificada. Lembrei-me também do meu pai, que há mais de 40 anos trouxe o disco de vinil com a banda sonora do filme “era uma vez no oeste “ para se ouvir no pequeno gira-discos lá de casa. Agora acho a música linda, mas lembro-me de na altura ter pensado “ esta música só se for pra ouvir na Sexta-feira da Paixão”. O meu pai que era católico fervoroso, nos tempos em que foi emigrante, ao domingo participava em mais que uma celebração eucarística, porque cantava muito bem e gostava de participar. A par desse gosto pessoal, gostava também de cinema, em especial dos filmes de Sérgio Leone. Lembrei-me também que no filme “foi uma vez no oeste” a determinada altura, no decorrer de uma cena, durante um diálogo se faz uma pequena referencia à traição que Judas fez a Jesus Cristo. Um dos personagens diz: “filhos da mãe sempre os ouve” .
As contas que todos os meses temos para pagar, das energias que temos ao nosso dispor e não podemos dispensar, não param de aumentar. Vai daí, que reparei no pequeno fogão que tenho na cozinha e do qual não tenho tirado o melhor proveito. Além do aquecimento, na pequena estufa que se situa na parte superior do fogão, descobri que posso cozinhar diversos alimentos. Cozidos, assados ou grelhados. A semana passada dediquei-me a pesquisar os pratos que lá posso confeccionar. As quiches que são de ir ao forno, e feitas à base de legumes, bolos, maças assadas, etc. No sábado fiz um bolo de laranja, raspei a casca e depois comi o resto da laranja. Sei que não posso comer laranjas, mas não resisti. Fiquei doente toda semana. Que Deus me perdoe a fraqueza, mas tenho pouca paciência para suportar a dor, reconheço que sou de facto gemelhicas. Quando fico doente e tenho dores fortes, dentro dos muros da minha casa, que é onde realmente me sinto e estou à vontade dou largas ao meu sofrimento, caindo por vezes no exagero. As enxaquecas provocadas por intoxicações alimentares são de facto dolorosas.


Jesus disse: «O que fizerdes ao mais pequeno dos vossos irmãos, é a Mim queo fazeis.  (Mc 9,37; Mt 10,42).
 

quinta-feira, 28 de março de 2013

Inesperada visita

 
Foi este pequeno pássaro
a quem eu fui encontrar,
desceu pela chaminé
para me vir visitar.

 Dei-lhe umas migalhitas
para o contentar
só queria ir embora
em liberdade voar.

 Quem não gostou
foi a Amy
furiosa a ladrar
por ver a pequena ave
voar fora de lugar.

 A humidade a rodar
Causa um certo mal estar
 mas este bom mensageiro
trouxe algum animo ao lar.

F.M.

terça-feira, 26 de março de 2013

Passagem

Caros amigos
a história que vou contar,
passou-se na Semana Santa,
o ano não sei precisar.

Quando chegou a hora,
de moribundo passar,
ao campo que o viu soar,
Manuel, levantou a cabeça.
Adeus lameiro
que não vou voltar.

No hospital,
onde Manuel se foi tratar,
os bois,
que puxaram a carroça,
Pachorrentos,
ficaram a esperar.
Via-se que estavam tristes
Só lhes faltava chorar.

Estava a fazer-se tarde,
o amo a demorar,
pensavam,
vendo o tempo passar.
Queriam leva-lo a casa
ao aconchego do lar.

Já cansados de esperar,
eis, que sentiram
que um ser divino
se estava aproximar.

Com falas mansas,
que só um anjo sabe dar,
O Anjo da morte,
foi quem os veio avisar.

Tende paciência amigos
Para o céu o vou levar.
Continuai a bem servir
A transportar os doentes
Porque alguém que tudo vê
Vos irá recompensar.

F.M.

domingo, 24 de março de 2013

Domingo de Ramos

 
 

Da sua terra Natal
Veio a Jerusalém
Para celebrar a Páscoa
Passagem da antiga Lei

 Crianças homens mulheres
Todos viram sua Luz
Pelos caminhos e montes
A todos saudou Jesus

 Já no fim da viagem
Teve um pressentimento
Que o iam condenar
Ia ser grande o tormento

 Ainda pediu ao Pai
Se lhe podia valer
O Pai deu-lhe livre arbítrio
Liberdade para escolher

 Entregou-se e deu a vida
Para salvar a gentalha
Melhor tivesse fugido
Pois não lhe serviu de nada

 
F.M.

Fotos e texto:Filomena Magalhães

A Voz


 Caríssimos
Aquela que foi cantar
No regresso, vinha a pensar
Sempre foi melhor ter ido
Que ficar parada a olhar

No escuro a caminhar
Aquela que foi cantar
Foi levada a concordar
Que junto do monte
Era gostoso morar

 Ao chegar
Com o tempo a esfriar
Aquela que foi cantar
Encostada à porta
Lembrou-se de escutar

 A que
Na alegria ou na dor
Quando adivinha calor
Do outro lado do campo
Manda alegria pelo ar

 Na noite escura
Aquela que foi cantar
Bem podia esperar
A que pressente o calor
Adivinhando humidade
Resolveu silenciar.

 Dia Mundial da Poesia- 21 de Março

Foto e texto: Filomena  Magalhães
 

sábado, 16 de março de 2013

Dádivas do Criador

Esta semana, ficamos a saber, que o novo Sumo Pontífice de Roma, sucessor de S. Pedro, escolheu o nome Francisco para o seu Apostolado. Essa escolha, para muitos motivo de alegria, fez com  trouxesse para o presente, os valores que esse dois grandes Santos defenderam para a humanidade nas pequenas grandes coisas do seu dia a dia. S. Francisco Xavier, grande missionário e Apostolo da Igreja de Jesus Cristo. São Francisco de Assis, o grande Santo do Amor Universal, e da forma com que amou todo o sistema ecológico de forme incondicional. 

São Francisco,
irmão nosso muito amado,
cidadão modelo do século XX,
 por muitos considerado.

Umas coisas  levam-nos a outras:

 E faz que, 
tenhamos mais atenção,
às pequenas dádivas 
da Criação 
por todo lado
na natureza,
à nossa disposição. 

 Estes dias reparei por reparar, na grande quantidade de ervas S. Roberto, que nasceram este inverno na pequena horta situada nas traseiras da minha casa. Depois espreitei para lá do muro e vi que também se encontravam em grande quantidade.
Atribui esse evento, ao facto do solo se encontrar com mais humidade, devido às chuvas terem caído  este ano com mais intensidade. Agradeci às pequenas ervas por me virem visitar, pois nunca as tinha visto por aqui e fiz uma pequena pesquisa ficando a saber os enormes benefícios que essas amigas nos podem proporcionar.

Dei-me até ao trabalho de pisar algumas folhas para colocar nas alergias que tenho no antebraço devido à borracha das luvas, que utilizo para fazer os trabalhos domesticos. Por falta de perseverança, ou por não ver resultados imediatos a caixa onde guardei as folhas pisadas já se encontra no lixo.

Quem se presa por saber um pouco das nossas tradições culturais,  sabe concerteza que na nossa região existem excelentes variedades de ervas para fazer chá que fazem parte de remédios caseiros, e dos usos e costumes do nosso povo.  As minhas preferidas para fazer o chá são as de erva-cidreira, mas temos, a tília, a flor de laranjeira, o pé de cereja e muitos mais. Até duma simples casca de limão se obtém um chá delicioso. Utilizo muito a hortelã na culinária, mas também se pode utilizar para fazer chá.
 Grande apreciadora e consumidora de chá que sou, conheço vários sabores.
Ainda não chegou  o tempo de colher as folhas para secar. A melhor altura é quando vierem as tardes quentes, depois de terem dado flor. A secagem das folhas e caules deve ser em sitio arejado, à sombra. Nesta altura,  pode-se colher e tomar verde que também é bom. Existem ervas muito parecidas. As de S. Roberto distinguem-se pelo caule vermelho.

Mais uma vez mudando de assunto dou a dica para um excelente filme para quem ainda não viu e que também está relacionado com o assunto de que acabo de falar.
Para quem  ainda não viu, aconselho a que veja ”O lado selvagem” um excelente filme que nos relata uma historia baseada num caso  verídico, sobre a vida de um jovem aventureiro, amante da natureza. O que lhe causou a morte, não foi a maçã envenenada, foram uns frutos silvestres que não prestavam pra nada.
A começar de cima

Ervas S. Roberto-chá
 Erva cidreira-chá
Hortelã-chá ou colinaria
Mentrastes -chá
Loureiro-colinaria
Salsa-colinaria

Existe por todo o lado,
e por cá também as há.
Ervas boas, ervas más,
amoras,frutos silvestres,
bons e maus, sempre haverá.

Caros irmãos em Cristo Redentor
Aproxima-mo-nos da Páscoa do Senhor.
Neste tempo quaresmal
Elevemos a Cristo as nossas preces,
Para nos livrar do mal.
Fotos: Filomena Magalhães 

domingo, 10 de março de 2013

Mulher


Mulher!
Devias saber,
que para viver,
precisas apenas,
sentir o coração bater,
e o ar no peito,
a subir e descer.
 

E, não tendo prazer
em tudo que fazes
pra sobreviver,
vale bem o preço

Um dia vais entender.

 Que mesmo sabendo
que depressa
tudo volta ao seu lugar.
Como a papoila
Frágil  
Sentindo o vento soprar
É sempre bom poder festejar


Com
A mulher paixão
A que amassa o pão
A que deixou o filho a chorar
A que o carrega no ventre
Sem saber que nome lhe dar.

Tambem com elas gosta de rir
a que vive na solidão
e sente mais o frio depois do verão  
Quando em bando
Felizes em liberdade vão.
Foto e texto: Filomena Magalhães.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Ver o Mar



   A aventura de ver o mar, terá que ficar para amanhã, hoje, não vos posso lá levar.
Foram essas as palavras, que, da boca da mãe já cansada de os aturar, tinham acabado de escutar. Não admira, com tanto passageiro a sair e entrar, tiveram forçosamente que se atrasar. Pelas circunstancias que nos últimos tempos tinham vindo a provocar estas e outras contrariedades, a sua alma de criança, que tudo queria alcançar, sentiu-se desanimar. Sentou-se junto da porta, à luz amarela do candeeiro, que mortiça estava a ficar, à medida que a neblina nos últimos minutos se tinha vindo a instalar e  ficou a ouvir a sirene a tocar, que chamava, ou servia de guia, aos pescadores que trabalhavam no alto mar. Passaram alguns minutos, até que, entrou novamente para espreitar a mãe, que, atarefada acabava de arrumar a casa que tivera de alugar, colocando as roupas dos filhos cada um no seu lugar, preparando-se naquele preciso momento para cozinhar. Saiu novamente, não se querendo arriscar, ao mesmo tempo que prometia aos seus botões que não ia demorar, só queria dar uma volta, atravessar a rua, dar um giro,  para espreitar. Tal era a vontade, que passaram poucos segundos, e já no meio dos transeuntes que no passeio junto ao mar alegres andavam a passear, se encontrava a vaguear.  Tirou as sandálias, para sentir, debaixo dos pés o areal da extensa praia junto do mar, mar, que homens valentes da nossa história partiram a desbravar, para glória de seu nome e também de Portugal. As barracas lá estavam, com os toldes guardados, para pernoitar, de esqueletos no ar, alinhadas, esperando pelo novo dia, que não tardaria em chegar.
Deu mais uns passos, sentindo as ondas mais ao fundo a enrolar, mas, por causa do escuro, não podia nem se devia aproximar. Nas narinas sentia a penetrar, a maresia a cheirar a sal, que o vento lhe deixava ao passar. A sirene, insistentemente não parava de tocar, como que a dizer-lhe que ali estava a fronteira, onde acaba a terra e a seguir começa o mar.
Ao regressar já perto da casa onde se estava a hospedar, à luz pálida do candeeiro, desfolhava uma margarida que acabara de encontrar, triste encostada a um muro que a estava a amparar. Bem-me-quer, malmequer, continuava a desfolhar, lembrando-se das criaturas de quem já ouviu falar, que existem e vivem no mar. Há quem diga, que as sereias  gostam muito de cantar. Dizem também, o que fazem, àqueles que o seu canto teimam em escutar. Gira que gira e volta a girar. Bem feito, colocassem os no tecto onde é o seu lugar. Àquela hora, sozinha naquele lugar,  chegou a pensar, que embora estivesse a gostar muito de lá estar, ali perto do mar,  na sua terra junto dos seus, é que era o seu lugar. Sentia-se mestre do seu destino, não existia pirata algum que a fizesse embarcar. Cruzar o mar que Deus Nosso Pai criou em terceiro lugar, só se fosse para passear.
Antes de entrar, que a mãe já tinha vindo chamar, aproximou-se do muro a ler um cartaz que acabara de encontrar.
“Não se deixem enganar, Jesus Cristo, veio para dar vida, não veio para matar”.
Ao outro dia, diante do infinito liquido, os olhos de rio nem sabiam o que pensar. Abriu os braços deixando o vento passar, sentindo um grito de liberdade, no fundo da alma gritar.E foi dessa forma que na idade escolar, a pastora, que só conhecia peixinho de rio, foi conhecer outros peixes maiores que nascem e vivem no mar.

Foto e texto: Filomena Magalhães